Revolução de Maria da Fonte, em A Ilustração, 1846.
A Revolução de Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular na primavera de 1846 contra o governo Cartista de Portugal (presidido por António Bernardo da Costa Cabral, 1º Marquês de Tomar). A revolta resultou de tensões sociais remanescentes das Guerras Liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado por novas leis de recrutamento militar, alterações fiscais e a proibição de enterros dentro das igrejas. Começou na zona da Póvoa de Lanhoso (Minho) por uma revolta popular que pouco a pouco se estendeu a todo o norte de Portugal. O instigador dos tumultos iniciais foi uma mulher chamada Maria, natural da freguesia de Fontarcada, que se tornaria conhecida pelo apelido de Maria da Fonte. Como a fase inicial da insurreição tinha um forte elemento feminino, ela acabou dando seu nome à revolta. A insurreição espalhou-se depois para o resto do país e provocou a substituição do governo de Costa Cabral por um presidido por Pedro de Sousa Holstein, 1º Duque de Palmela. Quando a rainha Maria II despediu o governo em um golpe palaciano, conhecido como Emboscada (emboscada), em 6 de outubro daquele ano, e em vez disso nomeou o marechal João Francisco de Saldanha Oliveira e Daun, primeiro duque de Saldanha para formar um novo, a insurreição. foi reacendida. O resultado foi uma guerra civil de 8 meses, conhecida como Patuleia, que só terminou com a assinatura da Convenção do Gramido em 30 de junho de 1847, após a intervenção de forças militares estrangeiras da Quádrupla Aliança.