Estas obras podem ser dividas em dois momentos: anos seguintes ao Terramoto de 1755, cujas obras de reconstrução se estendem, pelo menos, até finais de 1764; e entre 1784-1787 decorre a grande campanha de obras de restauro, orientadas pelo arquitecto José Manuel de Carvalho e Negreiros. É nesta última que se prepara o Palácio para a estadia da Rainha D. Maria I. A respeito dessa estadia, em 1787, escreveu William Beckford a seguinte descrição do Paço:
«Nem o próprio Alhambra é mais mourisco do ponto de vista da arquitectura do que este confuso edifício que coroa os altos de uma pedregosa eminência, recortando-se numa série de pitorescas saliências e reentrâncias. (…) Das janelas, todas num fantástico estilo oriental, em curvas e voltas apoiadas em contorcidas colunas de mármore polido (…) Quase todos os aposentos têm as suas passagens abobadadas e sinuosas escadas que a eles conduzem de maneira secreta e suspeitosa».
No circuito da visita chama-se atenção para os seguintes espaços fruto desta campanha de obras:
- Brasão da rainha D. Maria I que encima a porta poente da Sala dos Cisnes (a que comunica com o Pátio da Audiência);
- Brasão da rainha D. Maria I no tecto da Sala da Coroa;
- Gruta dos Banhos, com destaque para a abóboda onde figura um monograma associado ao rei D. José I;
- No exterior as ameias de inspiração mourisca.
Brasão da rainha D. Maria I no tecto da Sala da Coroa
Porta poente da Sala dos Cisnes, encimada com o brasão da rainha D. Maria I
Gruta dos Banhos, trabalho em estuque atribuído à oficina de Giovanni Grossi (1715-1780). Representado dentro de uma coroa de louros está o monograma do rei D. José I (um 'J' enlaçado com um 'D')
Ameias de inspiração mourisca - vista do Pátio das Rainhas (ou da Estufa).
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