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Indígenas: os principais povos do Espírito Santo

Que os índios já estavam aqui no ano de 1500, quando os europeus chegaram ao Brasil você provavelmente já sabe, mas e sobre os índios capixabas? O que você sabe?

Bom, onde hoje é o Espírito Santo, no passado eram terras habitadas por diversos povos indígenas, todos ligados ao povo Tupis, no interior essas tribos eram chamadas de Botocudos. Eram povos considerados hostis com habilidades de combate, e prática de antropofagia (comer carne de humano). No litoral, as tribos também eram hostis, porém de hábitos um pouco diferentes. Na região Sul, onde hoje se localiza a Serra do Caparaó, as tribos eram consideradas menos hostis.

No norte do Espírito Santo várias tribos ocupavam as regiões do Vale dos rios Cricaré e Doce, entre eles Tupinambás, Pataxós, Maxacalis e Botocudos que imigraram de Minas Gerais e ocuparam toda essa região. Os povos Tupinikim, Margaiás, Tuaya ou Tupiniguin habitavam faixas de terra litorâneas entre Camamu na Bahia e o rio Cricaré, ou São Mateus, sendo que hoje se restringem ao município de Aracruz.

Desde a colonização no séc. XVI os índios por muito tempo resistiram à coroa portuguesa, o que infelizmente gerou severas punições, por meio de guerras, destruição de aldeias, dizimação, e escravidão o que fez com que reduzisem muito numericamente o número de indígenas Tupinikins. Simultaneamente sofriam pressões culturais com a tentativa dos europeus de catequizar e educar os povos indígenas dentro da cultura europeia. Apesar de tanto, sabemos que a cultura indígena é uma das bases da cultura brasileira e muito do que conhecemos, dentro de fatos, mitos e lendas sobre a natureza, além de bases medicinais e farmacêuticas, devemos ao conhecimento indígena.

As crenças indígenas estão sempre muito ligadas com a natureza e a fauna das florestas.

O Urutau por exemplo, cientificamente conhecida como Nyctibiidae, é uma pequena ave com nome popular na língua tupi “Urutaus”, o que significa “ave fantasma”. Além deste nome popular, também são conhecidas como “mãe da lua” ou “emenda toco”. É uma ave de hábitos noturnos, restrita às regiões mais quentes do continente americano. O Urutau é uma ave caracterizada por possuir um corpo robusto e musculoso, além da cauda e asas serem consideravelmente longas.

A família é composta por sete espécies de um único gênero, chamado Nyctibius, e dessas, cinco ocorrem no Brasil, sendo duas espécies consideradas mais amplamente distribuídas. O Nyctibius grandis e o Nyctibius griseus, pegando o Sul da América Central e partes da américa do Sul, habitando áreas de floresta tropical, bem como florestas secas, cerrados, savanas, manguezais, vegetação secundária alta (áreas que geralmente já houve algum tipo de corte raso, queimada ou uso para agricultura ou pastagem), florestas e áreas parcialmente perturbadas.

Urutau é uma de hábitos noturnos e curiosos e encanta quem consegue esbarrar com ela. É uma espécie pouco conhecida, costuma pousar em troncos para se camuflar. Como a coloração da ave é semelhante a de troncos e de árvores, o Urutau pode passar despercebido mesmo a luz do dia. Em sua prática de camuflagem, a ave fica parada, estática, por isso ela é tão difícil de ser vista.

Ah e se engana quem pensa, que por permanecer imóvel ela não observa o que acontece ao redor, isso porque essa espécie possui uma fenda na pálpebra que permite enxergar mesmo que seus olhos estejam fechados.

Além disso, a ave é Insetívora, comem insetos, o que faz dela muito importante para o controle desses insetos e o equilíbrio ecológico. O grupo dos insetos é muito abundante, por isso animais insetívoros como a ave urutau é tão importante neste controle, assim um grupo não se sobrepõe de forma excessiva sobre os outros, pois mantém a dinâmica do ambiente.

A ave não é um bicho muito abundante, é uma espécie de população pequena, mas é uma espécie de ampla distribuição no Brasil, no Cerrado, Pantanal, comuns na borda das florestas. O registro fóssil mais antigo data do jurássico. Em média a ave mede de 33 a 38 cm de comprimento e chegam a pesar em torno de 145 a 202g. Para quem já assistiu ao filme “Jogos Vorazes” deve se lembrar do canto do pássaro fictício chamado “Tordo”, que lembra bastante o canto do Urutau comum.

Urutau do Muses

No Muses é possível ver essa ave tão curiosa bem de perto, isso porque, o urutau é uma das peças da coleção de invertebrados. O urutau foi uma peça doada pelo projeto É o Bicho, realizado pela Concessionária Rodovia do Sol.

O projeto ativo desde 2000, trabalha em quatro frentes: Monitoramento de fauna silvestre morta por atropelamento, resgate de fauna debilitada na Rodovia do Sol, educação e comunicação ambiental e monitoramento dos sistemas de comunicação destinados à passagem de fauna. É por meio desse primeiro subprograma, que é feita a catalogação e o armazenamento dos animais silvestres mortos, depois desse processo as carcaças são doadas às instituições de ensino para estudos, nesta etapa chegam ao Muses. O urutau provavelmente foi atropelado à noite.

O projeto realizado pela Concessionária é extremamente importante, principalmente porque a rodovia do Sol corta cinco unidades de conservação: o Parque Estadual Paulo Cézar Vinha, a APA de Setiba, a APA da Lagoa Grande, o Parque Municipal de Jacarenema e a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Concha D’Ostra.

No Muses, a peça em exposição está taxidermizada, por isso quem visita o museu tem a oportunidade de ver de perto o urutau em forma original.

No período de reprodução, o urutau não faz ninho, ele coloca um único ovo em forquilhas ou na ponta de tocos e ali mesmo a ave choca o ovo pacientemente sob o escaldante Sol dos meses de novembro e dezembro. Às vezes o urutau deixa o ninho, mas por pouco tempo, apenas para sair à procura de alimentos, e isso acontece geralmente à noite.

São espécies de comportamento solitário, que se encontram mais no período reprodutivo. Após o nascimento do filhote, a urutau mãe permanece com o filhote até que ele fique independente, o que não demora muito a acontecer. Os filhotes de urutau já nascem por exemplo, mantendo o comportamento de camuflagem, desde pequenos já ficam paradinhos e eretos. Assim que os filhotes estão independentes as mães deixam os filhotes e seguem, um aspecto típico de espécies solitárias.

No Espírito Santo, observadores de aves, já fizeram 222 registros fotográficos do urutau. Os dados não são referentes a quantidade da ave no Estado, o número corresponde apenas às fotos e foi levantado pelo Wikiaves, uma comunidade online de observadores de pássaros no Brasil.

A lenda da mãe-da-lua

O Urutau é uma ave difícil de ser vista, como já mencionado. Por isso, a curiosidade sobre a ave gerou em torno dela alguns mistérios.

Como a ave é uma espécie de hábitos noturnos e que se camufla ficando ereta com a cabeça estendida em direção ao céu, quando é avistada a noite parece estar olhando para a lua. Por isso chamam a espécie de mãe-da-lua.

A ave emite um canto muito melodioso e é através desse canto que as pessoas acabam localizando o urutau. Quando é lua cheia, pela posição da ave parece que o canto é feito para a lua, por isso o nome, mãe-da-lua.

Ainda sobre seus nomes, como já dissemos, em Tupi, Urutau significa “ave fantasma” e a crença em torno desse nome vem da Amazônia. A lenda era de que as penas da cauda da ave protegiam a castidade. Para isso era preciso varrer debaixo das redes das meninas com uma vassoura feita com penas na ave. Outra lenda é a boliviana, que conta que a ave na verdade é uma índia que teria sido transformada no urutau e que toda noite chora melancolicamente lamentando a morte do seu amado. Todo esse cenário trágico teria se formado porque o pai da menina e cacique da tribo teria descoberto o romance dela com um jovem guerreiro, e por ciúmes havia matado o menino.

Como todos eram da mesma tribo, ao descobrir sobre o trágico destino dado ao seu amado, a índia teria ameaçado o pai, dizendo que contaria tudo a aldeia e para não ser descoberto o cacique teria usado sua magia para transformar a filha em ave.

Há ainda outra lenda indígena que conta que a ave era um bebê abandonado pela mãe, que na tentativa de salvá-lo de uma peste avassaladora, teria deixado-o na floresta. Por isso, o bebê que se transformou na ave cantaria todas as noites lamentando por sua mãe. A crença que é Peruana, nomeia a ave de “Ayaymama”, pois o canto emitido pelo Nyctibius griseus, para os Peruanos faz lembrar a uma criança exclamando “ai, ai, mama!


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Chegada do Colombo nas Américas Tratado de Tordesilhas Grandes navegações: Carta de Pero Vaz de Caminha Padre Anchieta Chegada dos portugueses no ES Morte do 1º donatário do ES, Vasco Fernandes Coutinho Fundação da aldeia de Rerigtiba Fundação da aldeia de Reis Magos 1582 – morte do 2º donatário do ES, Vasco Fernandes Coutinho [filho] Ano em que o trono português passou ao rei de Castela, dando início ao período conhecido como “União Ibérica”. Encerrou-se em Portugal o reinado da dinastia de Avis Doação do morro onde Fr. Pedro Palácios começou a obra do Convento da Penha, pelas câmaras de Vitoria e vila do ES e pela governadora dona Luiza Grinalda, à congregação dos frades menores de São Francisco da Província de Santo Antônio, de Portugal. Morte do Pe. José de Anchieta, na aldeia de Rerigtiba. O rei d. Felipe II manda fazer devassa dos crimes de descaminho na Alfândega do E. Santo Uma esquadra naval holandesa ataca Vitória e é rechaçada pelos moradores e autoridades locais Restauração da Coroa portuguesa – início do reinado de D. João IV, da dinastia dos Bragança Segundo ataque de forças navais holandeses a Vitória e Vila Velha A capitania do Espírito Santo foi vendida a Francisco Gil de Araújo, membro da elite econômica e militar da Bahia. A freguesia de Guaraparim foi erigida em vila. O último donatário do Espírito Santo, Clóvis Rolim de Moura vendeu a propriedade da capitania do E. Santo para a Coroa portuguesa A capitania da Paraíba do Sul passou a pertencer à Ouvidoria do Espírito Santo A capitania da Paraíba do Sul foi incorporada à Comarca do Espírito Santo Expulsão dos padres jesuítas do Espírito Santo, do Brasil e de todo o Império português Expulsão do povoamento nas minas do Castelo pelo Puri, habitantes das montanhas e matas do sul do E. Santo e entre Minhas Gerais e Rio de Janeiro Início da fase dos governadores no E. Santo, a começar por Silva Pontes que neste ano faz uma expedição demarcatória pelo Rio Doce, definindo os limites com a capitania de Minas Gerais. Chegada da Família real Assinatura pelo regente do Alvará de Extinção do povo Botocudo do Rio Doce Fundação da colônia de Santo Agostinho por casais açorianos (atual Viana) Governo de Francisco Rubim, que constrói estrada comercial entre o litoral do Espírito Santo e Ouro Preto Itapemirim é elevada à condição de vila Príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied Bandeira Furquim/Mariana/MG até o litoral, p/ rio Itapemirim Saint Hilaire Independência do Brasil A vila de São Mateus é reintegrada ao Espírito Santo A capitania da Paraíba do Sul foi desligada da Província do Espírito Santo Charles Darwin no Brasil Criação do Aldeamento Imperial Afonsino, para fixação de indígenas do grupo Puri (macro-gê), pelo Barão de Itapemirim Fundação da colônia alemã de Santa Izabel Café se torna relevante na pauta economica Criação da Colônia Rio Novo no sul do ES Fundação do núcleo de colonização italiana do Timbuhy (atual Santa Teresa) Primeira Estrada de ferro Abolição da escravatura 1900 Emancipação de municípios – Especial atenção para o município de Rio Pardo (atual Iúna), cujo território foi desmembrado para dar origem a vários municípios na região do Caparaó, de ES e MG. Primeira usina elétrica no ES Revolução de 30 Fundação da vale do rio doce Região do contestado. Acordo entre os governadores para divisa de minas e ES Década de 1960 - Rodovias Criação Parque Nacional do Caparaó - Floresta nacional (FLONA) Pico da Bandeira não é o mais alto do Brasil Inauguração do porto de Tubarão Década de 1970 - Samarco Campus de Alegre da Ufes Inauguração do MUSES