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Fauna bichos da terra

Petróleo

A história do Petróleo através do peixe fóssil do Muses

Você já usou um fogão a gás? Já abasteceu um carro no posto? Passou por uma estrada de asfalto? Se você respondeu sim, para qualquer uma dessas três perguntas, com toda certeza o petróleo faz parte do seu dia a dia, assim como está presente na rotina de tantas outras pessoas.

O petróleo está em muitos lugares e tem muitas utilidades. Além do seu uso na produção de bens materiais, o petróleo também se relaciona e movimenta a economia e a política de uma sociedade. Isso porque ele é hoje, um dos recursos mais valiosos do mundo e sendo assim, dita muito o que acontece ao redor do globo.

Existem vários locais de extração de petróleo pelo mundo, tanto em terra, quanto na água. Porém há jazidas que apresentam um potencial petrolífero mais elevado. Grande parte dessas reservas de petróleo se encontra em países do oriente médio como Arábia Saudita, Irã e Iraque. Há também referências na américa latina como a Venezuela e o próprio Brasil, por exemplo.

Isso significa que esses países possuem, naturalmente, grande parte das reservas de petróleo existentes no mundo, o que pode despertar olhares de grandes nações como os Estados Unidos, que têm um histórico de guerras com Oriente Médio e embargos econômicos na Venezuela. Por essa razão esses países, ricos “por natureza” podem ser palco de verdadeiras batalhas políticas e econômicas em busca dessa riqueza.

A Venezuela, por exemplo, exporta petróleo para Índia, China e Estados Unidos, sendo que estes dois últimos têm reduzido suas importações da Venezuela gradativamente desde os últimos meses de 2018, quando o governo estadunidense começou a pressionar o presidente venezuelano para que renunciasse. Com essa medida vários barris de petróleo que seriam responsáveis por grande parte das receitas do país acabam por ficar retidos em questões diplomáticas e o resultado é a grande crise econômica que o país vem sofrendo desde então com consequências graves para a população venezuelana. Sim, a grande crise noticiada na Venezuela e os conflitos em países do oriente médio foram motivada por questões políticas e econômicas relacionadas ao petróleo.

No Espírito Santo fica uma das maiores plataformas produtoras de petróleo do Brasil, sendo responsável por até 9,4% da produção de petróleo em solo nacional, o equivalente a cerca de 333 mil barris por dia, quantidade superior à produção do Rio de Janeiro, por exemplo. Isso significa que boa parte da produção desse valioso recurso é produzido em solo capixaba, produção essa que gera royalties para o Estado, um “imposto” pago pelas concessionárias aos governos para que possam fazer suas extrações. Esses royalties podem ser distribuídos para áreas de interesse do governo como saúde, educação ou infraestrutura por exemplo, daí o grande interesse na exploração de petróleo.

O Espírito Santo também tem sido referência quando o assunto é a extração de petróleo da camada pré-sal. Mas você sabe o que significa essa camada pré-sal? Bom, há cerca de 120 milhões de anos, a Pangeia começava a se fraturar e a América do Sul se separava da África, dando origem ao Oceano Atlântico, todo esse processo provocou o depósito de camadas de sal no fundo desse oceano que estava se formando. Com o tempo, essa camada de sal foi coberta por milhões de anos de deposição de rochas no fundo do oceano, e hoje essa camada fica em regiões extremamente profundas, podendo ser até aproximadamente 6km de profundidade da superfície do mar.

O petróleo comumente comercializado por anos, é o petróleo da camada pós-sal que fica mais próxima da superfície do mar. Essa camada foi formada depois da deposição de sal. No entanto, nessas regiões que houve a formação dessa camada de sal, ocorreram condições ideais para formação de um óleo leve, um petróleo de mais qualidade, que torna esse recurso da camada pré-sal ainda mais valioso. Na América latina, do México até o sul do Brasil ocorrem verdadeiros bolsões de pré-sal e do outro lado do Oceano ocorrem na costa da África

O pré-sal, contudo, não é uma camada de fácil acesso. Para ter acesso a esse petróleo é preciso cavar muito mais fundo e também lidar com a camada de sal que precisa ser atravessada também. Apesar disso, o pré-sal é um grande diferencial econômico para o Brasil, especialmente para o Espírito Santo, onde há reservas de pré-sal, sendo um Estado visado pelas indústrias petrolíferas, por isso, os royalties do petróleo são importantes eles são recursos que funcionam como forma de compensação à exploração petrolífera dessas indústrias nas reservas capixabas, principalmente pelo seus infinitos riscos que essa atividade pode causar ao ambiente.

Os riscos do petróleo ao meio ambiente

O petróleo e todos os seus derivados como o gás de cozinha, a gasolina, o diesel, entre outros são insolúveis em água. Isso acontece pois uma das leis da química é que compostos polares só conseguem se ligar a compostos polares e compostos apolares só conseguem se ligar a compostos apolares. Quando você mistura álcool e forma uma mistura homogênea, isso se dá pelo fato das duas moléculas serem polares, e conseguirem estabelecer ligações. Porém o petróleo é apolar e por isso não consegue interagir com a água a nível molecular. Isso significa que vazamentos de petróleo são muito perigosos para a vida pois além do composto ser muito viscoso devido a sua cadeia relativamente grande de carbonos, ele não consegue ser retirado com água e sabão por exemplo, caso haja contaminações, pois ele também é muito tóxico em contato direto com qualquer forma de vida, tanto humana quanto como a vida marinha, como tartarugas, peixes e outros animais.

Não é raro ler notícias sobre vazamento de petróleo em alguma jazida ou de algum navio petroleiro, como foi o caso do último vazamento no nordeste do Brasil. Além dos impactos que o petróleo gera durante sua produção, há também os impactos que são gerados pela sua exposição aos ambientes que não foram desenvolvidos para receber este composto.

O petróleo é matéria prima para os combustíveis de automóveis como já mencionado, isso significa que todo dia toneladas de carbono são liberados na atmosfera por meio da combustão da gasolina que está nos carros em forma de CO2 (dióxido de carbono). Esse gás é conhecido por atuar num fenômeno natural conhecido como “efeito estufa” que nada mais é que a capacidade que a terra tem de manter o calor gerado pela radiação solar mesmo durante a noite, quando não há exposição direta daquela parte do planeta ao Sol.

O efeito estufa é essencial para a vida no planeta, pois sem ele os dias seriam muito mais quentes e as noites seriam geladas, pois toda a radiação que chegasse à terra voltaria ao espaço. Isso faria com que a vida de indivíduos como nós, os seres humanos, que precisam de uma temperatura relativamente estável para viver fosse simplesmente impossível. Contudo, doses exacerbadas de gases do efeito estufa na atmosfera aumentam mais ainda as temperaturas, causando o que chamamos de “aquecimento global” que é justamente um efeito estufa que acabou por reter mais radiação do que deveria, levando o planeta a esquentar mais do que o necessário, e isso é perigoso para grande parte da vida na Terra.

Por isso a sustentabilidade é tão importante, principalmente para empresas que lidam com petróleo e seus derivados, como a Petrobrás.

Os movimentos sustentáveis visam substituir o petróleo por alternativas menos nocivas ao ambiente tanto direta como indiretamente. Algumas empresas investem em tecnologias para produzir carros movidos a água, energia elétrica e mais alternativas que podem surgir no futuro. Já existem fogões que usam energia elétrica e os plásticos e outros produtos cotidianos que também têm relação com o petróleo, também estão sendo substituídos por alternativas menos nocivas como embalagens biodegradáveis e algumas vezes até reutilizáveis, como os canudos de aço inox.

A formação do Petróleo

O petróleo é um combustível fóssil, e os combustíveis fósseis são formados a partir de esqueletos e outras estruturas fossilizadas de diversos períodos da história presente em rochas sedimentares, tanto em ambientes terrestres quanto nos ambientes aquáticos. É composto basicamente por hidrocarbonetos, que são moléculas de carbono e hidrogênio em diversas configurações diferentes possíveis, podendo estar associado a quantidades pequenas de outros elementos químicos como enxofre, nitrogênio e oxigênio.

Apesar do petróleo ser feito dos mais variados tipos de fósseis, os microfósseis são os que mais estão presentes neste composto. São protozoários, algas, seres que possuíam uma espécie de “exoesqueleto” formado por compostos a base de silício (sílica), carbono (carbonatos), entre outros. Isso não quer dizer que só existam microfósseis na composição do petróleo. Mas os macrofósseis, como peixes, também estão presentes na composição deste valioso óleo.

Como o peixe fóssil, peça que está disponível na exposição do Muses e que foi encontrada na bacia sedimentar da chapada do Araripe, no nordeste brasileiro. Essa peça é um exemplo de fóssil que poderia ter sido convertido em petróleo, se fosse submetido às condições ideais para tal.

Os peixes são um dos primeiros grupos de vertebrados, e datam aproximadamente de 542 milhões a 488 milhões, no período Cambriano existindo até hoje, como um grupo parafilético, um grupo agrupado não por ancestralidade e sim por semelhança anatômica entre os indivíduos tendo várias espécies se extinguindo e várias novas surgindo desde então. Peixes têm uma anatomia muito diferente de outros vertebrados, o que faz tubarões e baleias serem completamente diferentes apesar de ambos compartilharem o ambiente aquático.

Os peixes podem possuir diferentes formatos e estruturas dependendo da espécie e de qual nicho ocupa, mas existe uma anatomia básica para este grupo, mesmo que para grande parte da comunidade científica a classificação deste grupo não seja mais algo interessante, devido a fatores de ancestralidade que ficaram mais claros conforme mais estudos foram feitos sobre vertebrados ao longo do tempo.

O peixe fóssil do Muses

A espécie que hoje pode ser vista na exposição do Muses se trata de um Rhacolepis buccalis, um peixe que viveu há cerca de 115 milhões de anos, durante o período Cretáceo. Possui corpo fusiforme, e ao longo da vida podia atingir cerca de 25cm em idade adulta.

Num estudo de 2016 foi achado um coração fossilizado desta mesma espécie que existe no Muses, foi o primeiro fóssil deste órgão encontrado na história da paleontologia. Este achado foi de crucial importância para preencher a falta de dados que temos em relação à biologia e evolução das espécies em tempos remotos. Por meio do estudo, foi constatado que o coração de Rhacolepis possui cinco valvas, em contraste com a anatomia atual dos peixes que possuem coração com apenas uma valva. O motivo da perda de valvas ao longo do tempo ainda não é claro, mas este com certeza é um marco na paleontologia e possibilita preencher lacunas que antes não eram possíveis, devido à falta de suporte de dados.

Os fósseis são muito importantes para a compreensão da vida, mas eles também são importantes economicamente e ambientalmente, uma vez que são matéria prima para o petróleo, como já vimos.

A descoberta do coração fóssil prova que a evolução é um fenômeno natural que consiste na mudança, mas que nem sempre significa “ganhar”, as serpentes perderam os membros do corpo durante sua evolução além de vários ossos do crânio e o R. buccalis, assim como as serpentes é um grande exemplo disto.


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