FÓRUM DA IMAGEM - CONSTRUÇÃO DE IMAGENS URGENTES

A imobilidade na produção e o que isso diz sobre os artistas contemporâneos

Duda Viana

O QUE EU QUERO FAZER COM MINHA FOTOGRAFIA

O que eu quero fazer com a minha fotografia? é uma das correlacionadas em tempos de isolamento. Registrada em uma câmera DSLR Canon 500D e luz natural da manhã, essa fotografia faz parte de um momento de processo pessoal e coletivo, onde o isolamento colabora não só com a dilatação do tempo como também com o recolhimento e imobilidade de trabalhar como fotógrafa. O que eu quero fazer com a minha fotografia? conquista espaço de título por evidenciar esse anseio pessoal, que aflora não só nesse momento de isolamento pela COVID-19, mas também em contextos e em outras dimensões de questionamento, como: por que fotografar se é uma ação que se repete e constrói enxurradas de postagens todos os dias, são elas imagens de cunho pessoais ou profissionais? É uma indagação constante: fotografo por que preciso? Fotografo por que é o meu lugar de expressão? Fotografo para ter um trabalho? E, embora seja o olho que veja e construa também um mundo, são as mãos como ferramentas capazes de tocar e se as mãos que nesse momento se necessárias imobilizadas seja por uma barreira concreta ou não, por que segurar em máquinas fotográficas e não em outras superfície? O que fazer com as imagens reduzidas num espaço de uma única casa? Qual é a tensão física e emocional que emerge das produções e possibilidades de trabalho? É com a tensão de um plano fechado ao tocar uma parede de concreto iluminado por uma luz que se projeta em poucos lugares da casa e em poucos momentos do dia, esses questionamentos se fazem presentes e se fazem sem resposta. Se a fotografia não serve a uma lógica de utilidade de prática,


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