FÓRUM DA IMAGEM - CONSTRUÇÃO DE IMAGENS URGENTES

O acervo como espaço de criação

Duda Viana

Sem céu sem chão

SEM CHÃO SEM CÉU

Sem chão. Sem céu é uma fotografia pré-pandemia de 2020 ou de “Quando eu queria falar de solidão e ninguém queria”, frase usada como título em outra fotografia minha para descrever que a solidão e o estado de incerteza pandêmica já estavam presentes na vida de pessoas em hipóteses de fragilidade e espera. Esse registro foi realizado com uma Canon 550D e sob luz natural, já a espacialidade faz parte das áreas de um prédio localizado na Rêgo Freitas, no centro de São Paulo e representa para o meu olhar a pausa em meio ao caos. Escolhi essa fotografia porque exemplifica como metáforas de tempo dilatado que busco ao fotografar.Essa fotografia também faz parte dos registros que tenho revisitado nesse momento pandêmico e que dialogam com esse processo de estado de espera não só da construção fotográfica (uma máquina que congela uma imagem do mundo em meio a tantas outras informações e ali algo é concentrado em formas , cores e interpretações múltiplas em único plano), mas também sobre as informações informadas internamente em Sem Chão, sem Céu. O plano interno de um prédio, localizado num centro caótico de São Paulo e que não é possível vê-lo em meio aos outros prédios. Um plano onde não é possível também ver o céu nem o fosso do prédio. Onde o olho repousa nesse momento na fotografia é em um espaço suspenso, entre o céu e o chão.E o que está localizado do lado oposto e no centro do plano é um único pano de chão pendurado. É nesse espaço, na ausência de habitantes,


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