A Academia das Ciências de Lisboa é uma instituição científica portuguesa.
Entre outras missões cabe à Academia incentivar a investigação científica, estimular o estudo da língua e literatura portuguesas e promover o estudo da história portuguesa e das suas relações com outros países.
A Academia é o órgão consultivo do Governo em matéria linguística.
A Academia deve coordenar a sua ação com a Academia Brasileira de Letras e com a rede das academias europeias e mundiais, incluindo os países de língua oficial portuguesa e os núcleos portugueses no estrangeiro.
Academia das Ciências de Lisboa
Fundação
A Academia foi fundada no reinado de D. Maria I de Portugal e D. Pedro III de Portugal, a 24 de dezembro de 1779, em pleno Iluminismo, como Academia Real das Ciências.
Com o beneplácito da rainha , os seus fundadores foram, respectivamente o seu primeiro presidente e grande mentor o 2.º Duque de Lafões e o primeiro secretário o Abade Correia da Serra, que eram férreos opositores do regime do marquês de Pombal.
A criação deste estabelecimento insere-se numa corrente antipombalina, claramente, contra o estudo das humanidades, que o Marquês fizera questão em manter. Na altura foram criada com duas classes, uma de Ciências e outra de Belas Letras.
Em 1783, D. Maria I e D. Pedro III declararam-se protectores da Academia que, desta forma, teve o título de Real Academia.
No século XIX, a meados da década de 30, a Academia empenhou-se na plantação de oliveiras por todo o país e na criação de uma aula de Zoologia, orientada pelo Padre Joseph Mayne.
Em 1851, tinha duas classes autónomas e com a publicação dos seus próprios boletins - Letras e Ciências.
Retrato da Rainha D. Maria I de Portugal, fundadora da Academia Real das Ciências
A República
Depois da implantação da República, passou designar-se Academia das Ciências de Lisboa.
Instalações
Ao longo da sua história a Academia conheceu seis moradas oficiais.
A primeira sede da Academia foi no Palácio das Necessidades, após a extinção das ordens religiosas encontra-se hoje, desde 26 e 27 Outubro de 1834, instalada no antigo Convento de Nossa Senhora de Jesus da Ordem Terceira de São Francisco, na Rua da Academia das Ciência, n.º 19, na parte baixa do Bairro Alto, em Lisboa.
1836 - o Ministério do Reino incumbiu esta instituição de instalar um jardim botânico na cerca conventual;
1838 - instalação em parte das dependências conventuais do Gabinete de História Natural;
1858 - a pedido de D. Pedro V a Academia cede o segundo andar e algumas dependências do primeiro à Comissão Geológica;
1859 - instalação do Curso Superior de Letras (depois de 1910, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa) na ala O. do edifício;
1859 - 1891 - novas cedências de espaço para o Curso Superior de Letras (claustro, 2 salas do r/c e compartimentos no 1º andar);
1891, 27 janeiro - decreto onde a Academia aceita a cedência de instalações sob a condição de reverterem de novo ao serviço da Academia logo que possível;
1895 - funcionamento do Parlamento na Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa, devido ao incêndio que se registara no palácio de São Bento;
1903 - construção do Liceu Passos Manuel na antiga cerca do convento;
1910 - 1911 - extinção da tipografia da Academia das Ciências, que funcionava na cave do edifício, transitando materiais e pessoal para a Imprensa Nacional; transferência definitiva do Liceu Passos Manuel para as novas instalações.
Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa
Condecorações
Em 28 de maio de 1930, a Academia foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
Estatutos
Os Estatutos da Academia das Ciências foram aprovados pelo Decreto-Lei n.º 5/78, de 12 de janeiro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 390/87, de 31 de dezembro, Decreto-Lei n.º 179/96, de 24 de setembro, Decreto-Lei n.º 53/2002, de 2 de março, e Decreto-Lei n.º 90/2005, de 3 de junho.
Direção
Segundo os estatutos da Academia, o seu presidente é eleito anualmente, existindo uma rotatividade entre as classes de Ciências e Letras.
A Academia é dirigida, no triénio 2016-2018, pelo Prof. Doutor Artur Anselmo, da Classe de Letras (presidente), e pelo Prof. Doutor Carlos Eduardo do Rego da Costa Salema, da Classe de Ciências (vice-presidente).
A Secretária-Geral da Academia é a Prof. Doutora Maria Salomé Soares Pais Teles Antunes, tendo como Vice-Secretário-Geral o Prof. Doutor Manuel Carlos Lopes Porto.
O Tesoureiro da Academia é Bernardo Herold.
Entre os antigos presidentes podemos encontrar nomes como Adriano Moreira e Eduardo Arantes e Oliveira.
Classes e secções
À época da fundação, a Academia era formada por três classes (Ciências Naturais, Ciências Exactas e Belas-Letras).
Em 1851, as duas primeiras juntaram-se na Classe de Ciências e a segunda deu origem à Classe de Letras.
Cada uma das secções tem sócios efectivos (cinco académicos) e sócios correspondentes (dez académicos). Para além disso, conta ainda com sócios correspondentes brasileiros, sócios correspondentes estrangeiros, sócios honorários e sócios eméritos.