Beneficiando do arranque industrial iniciado com o caminho de ferro, o perfil económico do concelho define-se no final do século XIX, como um importante centro corticeiro.
As corticeiras estão referenciadas no Barreiro desde 1865. Tratava-se porém, ainda de pequenos fabricos. Alguns anos mais tarde, duas empresas, a Sociedade Nacional de Cortiças fundada em 1885, e a O. Herold & Cª. em 1893, empregavam centenas de operários.
Indústria em expansão até às primeiras décadas do século XX, aqui chegam trazidas pelo comboio, famílias inteiras vindas do Sul, que vêm engrossar as fileiras de operários corticeiros.
Em 1928 contam-se já no Barreiro mais de 40 fábricas, que empregam ⅓ da população ativa da indústria (Ana Nunes de Almeida, A Fábrica e a Família, ed. Câmara Municipal do Barreiro, 1993).
As precárias condições de trabalho, suscitavam frequentemente contestações por parte dos operários corticeiros, o que leva em 1890, à criação de uma associação de classe: a Associação dos Operários Corticeiros do Barreiro. Entre os seus dirigentes, contou com inúmeros militantes anarco-sindicalistas, que lideraram greves de protesto contra a exportação de cortiça em bruto e por condições de trabalho mais dignas.
No período pós 1ª Guerra Mundial, a perda de mercados tradicionais (Rússia, Alemanha e Áustria) levam ao colapso desta indústria no concelho.