Data de 1907 a aquisição por Alfredo da Silva, de um lote de terreno à família Bensaúde, na Lezíria - entre a Praia Norte do Barreiro e a Praia dos Moinhos no Lavradio -, para aí construir nesse mesmo ano as fábricas da CUF no Barreiro.
Em 1908 começa a produção de ácidos, com uma unidade de transformação de óleo de bagaço de azeitona para fabrico de sabões, que emprega cerca de 100 operários. No ano seguinte entra em laboração a primeira fábrica de Ácido Sulfúrico e Superfosfatos para produção de adubos.
Nos anos seguintes a indústria não para de crescer, transformando a paisagem ribeirinha e o Barreiro no maior centro fabril do País. No final do anos 50 trabalhavam na CUF mais de 8000 operários.
As fábricas operavam em 5 grandes zonas de Produção:
• Indústria Química Orgânica, na refinação de óleos, azeites, sabões, farinhas e rações
• Indústria Química Inorgânica, no fabrico dos Ácidos
• Indústria Química Metalúrgica, cobre, chumbo, ouro e prata e tratamento de cinzas de pirite
• Indústria Metalomecânica, com oficinas de ferro, bronze e fabrico de aço especial para a indústria do ácido sulfúrico
• Indústria Têxtil, primitivamente para sacaria e embalagem de adubos e posteriormente, alargada à produção de tecidos diversos.
A par da estratégia de desenvolvimento industrial, Alfredo da Silva implementou a sua “Obra Social”. Logo em 1908 deu início à construção do Bairro Operário, da Despensa (Mercearia), Padaria e Posto Médico. Em 1927 foi aberta a primeira Escola para ambos os sexos. O primeiro Refeitório entra em funcionamento em 1942 e a Colónia de Férias para os filhos dos trabalhadores em 1949.
Na década de 50 prossegue a política de construção de habitações para o pessoal, com o Bairro Novo da CUF em 1955/56, para além de instalações desportivas e culturais.
O fomento desta política tinha como objetivo a fixação e estabilização da população operária, proporcionando após a jornada laboral, um conjunto de serviços de apoio e regalias, que aproximava o operário da fábrica. Tratou-se de um modelo de gestão característico de uma certa fase, que alargava progressivamente a dependência do operário em relação à fábrica e contribuía para a pacificação social, numa terra em que as lutas politico-sindicais tinham tradição.
A partir dos anos 40 especialmente durante a crise internacional provocada pela IIª Guerra Mundial, ocorrem vários movimentos sociais e greves, cujo mais marcante teve lugar em 1943, quando a CUF encerrou os portões durante um mês. A Vila foi ocupada militarmente pela G.N.R., instalando o seu Quartel no interior das fábricas. As greves prosseguem com os operários a exigir aumentos de salários e a protestar contra a escassez e o racionamento alimentar, e o envio de géneros para a Alemanha nazi.
Nos anos 70 as recessões económicas internacionais, com as crises petrolíferas em pano de fundo, ditaram o colapso do modelo económico da CUF, baseado na grande concentração industrial.
Após o 25 de Abril a CUF foi nacionalizada pelo governo presidido pelo General Vasco Gonçalves, numa política que visava o controle dos sectores básicos da economia pelo Estado.
Em 1977, numa conjuntura política diferente, a CUF dá lugar à Quimigal EP, que procede à autonomização de diversos sectores produtivos, privatizando alguns. Neste quadro vem a ser constituída em finais de 1989 a Quimiparque-Parques Empresariais, para gestão do avultado património de terrenos, edifícios, e rede de infraestruturas que integravam o complexo industrial da antiga CUF, fundada por Alfredo da Silva.