Fundação Batalha de Aljubarrota

Nuno Álvares Pereira - Vida e Legado

Nascimento de Nuno Álvares Pereira

Descrição


Descrição

Segundo Fernão Lopes, D. Nuno Álvares Pereira foi um dos filhos naturais de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior da Ordem do Hospital, e Iria Gonçalves do Carvalhal. Era meio-irmão mais novo de Rodrigo Álvares Pereira, D. Frei Pedro Álvares Pereira e Diogo Álvares Pereira, e irmão mais novo de Fernão Álvares Pereira. D. Nuno Álvares Pereira cresceu na casa do seu pai até aos treze anos. Foi lá que se iniciou "como bom cavalgante, torneador, justador e lançador" e, sobretudo, onde ganhou gosto pela leitura. Consta que leu nos "livros de cavallaria que a pureza era a virtude que tornara invenciveis os heroes da Tavola Redonda, e procurava que a sua alma e corpo se conservassem immaculados". Saiu da casa do pai para a corte de D. Fernando de Portugal.

Após uma missão de reconhecimento ao exército de Castela, que passava por Santarém a caminho de Lisboa, ele e o seu irmão Diogo foram armados cavaleiros, Nuno pela rainha e Diogo pelo rei, este último com uma armadura emprestada por D. João, o Mestre de Avis (a partir daí tornando-se amigo de Nuno). Nessa missão, o jovem fez um relatório indicando que o exército de Castela, apesar de grande, era mal comandado e que poderia ser vencido por uma pequena força bem comandada.

Decidido a manter-se casto, viu tais aspirações serem contrariadas pelo seu pai, que aos 16 anos, em 1376, o casou com Leonor de Alvim, quatro anos mais velha, viúva de um primeiro casamento sem filhos e rica, numa cerimónia realizada em Vila Nova da Rainha, freguesia do concelho de Azambuja. O nobre casal estabeleceu-se no Minho (supõe-se que em Pedraça, Cabeceiras de Basto), numa propriedade de D. Leonor de Alvim. O pai, com este casamento, garantia o futuro do filho, já que Nuno não podia suceder-lhe no cargo de prior. Este cargo passou para o seu irmão Pedro, que acabaria por tomar o partido de Castela.

Quando o Rei D. Fernando de Portugal morreu, em 1383, sem herdeiros a não ser a princesa D. Beatriz, casada com o Rei João I de Castela, D. Nuno foi um dos primeiros nobres a apoiar as pretensões do Mestre de Avis à coroa. Apesar de ser filho ilegítimo de D. Pedro I de Portugal, D. João afigurava-se como uma hipótese preferível à perda de independência para os castelhanos. A primeira grande vitória de D. Nuno Álvares Pereira frente aos castelhanos deu-se na Batalha dos Atoleiros. Pela primeira vez na Península Ibérica, um exército a pé derrotou um exército com cavalaria pesada (abril de 1384). Com a escolha, em abril de 1385, de D. João de Avis para rei, Nuno Álvares Pereira foi nomeado Condestável de Portugal e Conde de Ourém.

Conta-se que, em fins de 1383, depois de se encontrar com D. João, em Lisboa, para sugerir matar o Conde Andeiro, deslocou-se para Santarém e dirigiu-se ao alfageme para afiar a espada. Quando se preparava para pagar, o alfageme disse-lhe que pagaria quando D. Nuno fosse conde de Ourém. O jovem acabou por aceitar. Após a Batalha de Aljubarrota, o rei fez distribuição de terras em Santarém. Um pajem tentou ficar com os bens daquele alfageme, dizendo que era castelhano, mas a mulher do alfageme foi ao encontro de D. Nuno e lembrou-o do pagamento em falta. D. Nuno honrou a palavra e intercedeu junto do rei para que os bens não lhe fossem retirados.

A 6 de abril de 1385, D. João foi reconhecido pelas Cortes de Coimbra como Rei de Portugal. Esta posição de força portuguesa desencadeou uma resposta à altura de Castela. Em consequência, D. João de Castela invadiu Portugal pela Beira Alta com o objetivo de proteger os interesses da sua mulher D. Beatriz. Em resposta, D. Nuno Álvares Pereira iniciou uma série de cercos a cidades leais a Castela, localizadas principalmente no Norte do país.

A 14 de agosto, D. Nuno Álvares Pereira mostrou o seu génio militar ao vencer a Batalha de Aljubarrota. A Batalha viria a ser decisiva no fim da instabilidade política de 1383-1385 e na consolidação da independência portuguesa. Finda a ameaça castelhana, D. Nuno Álvares Pereira permaneceu como Condestável do reino e tornou-se Conde de Arraiolos e Barcelos. Entre 1385 e 1390, ano da morte de D. João de Castela, dedicou-se a realizar incursões contra a fronteira de Castela, com o objetivo de manter a pressão e dissuadir o país vizinho de novos ataques. Por essa altura, em outubro de 1385, foi travada em terreno castelhano a célebre Batalha de Valverde. Conta-se que na fase mais crítica e quando parecia já que o exército português estava perto de sofrer uma derrota completa, se deu pela falta de D. Nuno. Quando já se temia o pior, o seu escudeiro foi encontrá-lo em êxtase, ajoelhado a rezar entre dois penedos. Quando o escudeiro aflito lhe chamou a atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a pedir silêncio. Foi novamente chamado à atenção pelo escudeiro, que lhe disse: "Nada de orações, que morremos todos! Respondeu então D. Nuno, suavemente: "Amigo, ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar". Quando acabou de rezar, ergueu-se com o rosto iluminado e, dando as suas ordens, conseguiu que a batalha fosse ganha de uma forma considerada milagrosa. Depois deste episódio, o nome de Nuno Álvares passou a inspirar terror nos castelhanos, que nunca mais quiseram batalha em campo aberto. E quando suspeitavam que D. Nuno ia entrar em Castela antecipavam-se e faziam pilhagens e razias na fronteira, aplicando a política de terra queimada.

Pelos seus serviços, o rei deu-lhe títulos e terras. Ficou senhor de quase metade de Portugal. Para compensar os seus companheiros de armas, D. Nuno quis, em 1393, durante as tréguas, distribuir os bens por eles. A sua iniciativa levou a uma intriga na Corte e a um conflito com o rei. Era acusado de querer transformar os seus companheiros de armas em vassalos. Desiludido, D. Nuno considerou abandonar o país. Porém, assim que soube que Castela tinha quebrado as tréguas reuniu os seus homens e levou o seu exército para junto do rei, sendo o primeiro vassalo a fazê-lo. O rei fez então um acordo: as doações feitas eram mantidas, mas o rei seria o único a ter vassalos. Todos aqueles que tinham recebido bens do Condestável passavam a ser vassalos diretos do rei.

Em 1401, D. Nuno casou a sua filha D. Beatriz com o futuro duque de Bragança, D. Afonso.

Participou na conquista de Ceuta em 1415 e foi convidado pelo rei a comandar a guarnição que iria permanecer no local. O condestável recusou, pois desejava abandonar a vida militar e abraçar a vida religiosa. Antes de entrar no convento, distribuiu os seus bens pelos netos. A sua neta D. Isabel casou-se com o infante D. João, futuro Condestável.

O convento do Carmo foi oferecido aos frades carmelitas, assim como os bens que lhe restavam. Ao tornar-se frei Nuno, abdicou do título de conde e de Condestável. Quando teve a pretensão de pedir esmola nas ruas, o rei pediu ao infante D. Duarte, que tinha muita admiração por Nuno, que o convencesse a não fazer tal coisa. O infante conseguiu que frei Nuno apenas aceitasse esmola do rei.


Nuno Álvares Pereira

Brasão da família Pereira

Fundação Batalha de Aljubarrota

Nascimento de Nuno Álvares Pereira
É legitimado por D. Pedro I A morte de D. Fernando e o início da Crise Casa com Leonor de Alvim Nuno Alvares Pereira toma partido do Mestre de Avis Campanha Militar - 1384 Início da Campanha de 1384 Em busca de provisões Combate naval no Tejo: Lisboa> Almada Diplomacia por Almada e conquista do Castelo A caminho de Entre Tejo e Guadiana Tentativa de arregimentar novos soldados na comarca de Évora O cerco de Monforte e Tomada do Castelo de Arronches Vence os castelhanos na Batalha dos Atoleiros. A Frota do Porto Combate na Ribeira de Alperrejão Tomada do Castelo de Monsaraz: Combate junto ao Guadiana Movimento para Ponte de Sôr O Cerco ao Fronteiro-Mor Novas ordens Combate e Reconquista de Almada O fim do Cerco de Lisboa Tomada do Castelo de Portel A conspiração contra o Mestre Insistência por Vila Viçosa Campanha Militar - 1385 O Condestável comanda as forças leais ao Mestre de Avis na Batalha Real (Batalha de Aljubarrota) A Batalha de Aljubarrota, vitória decisiva de Portugal; A célebre batalha de Valverde Campanha Militar - 1386 Campanha Militar - 1387 Começa a construção da capela de S. Jorge, em Aljubarrota. Começa a construção do Convento do Carmo, em Lisboa. Partilha com os companheiros de armas muitas das suas terras. Primeiros carmelitas vêm viver para o Convento do Carmo. O casamento entre o futuro duque de Bragança, D. Afonso, com a filha de D. Nuno, D. Beatriz Fim das hostilidades com Castela. Morre a filha, D. Beatriz. Projeta tornar-se carmelita. Participou da Conquista de Ceuta Reparte pelos netos os seus títulos e domínios. Ingressa no Convento do Carmo a 15 de agosto Morre, Nuno Alves Pereira Primeira trasladação dos restos mortais Segunda trasladação dos restos mortais As cortes pedem ao Papa Urbano VIII a sua beatificação. O pedido é renovado várias vezes ao longo dos anos. O terramoto de 1755 Terceira trasladação dos restos mortais Quarta trasladação dos restos mortais. O Papa Bento XV confirma o culto do Santo Condestável Início do Processo de Canonização Processo de Canonização suspenso Transladação dos restos mortais para a Igreja do Santo Condestável Reinício do processo de Canonização Anúncio da canonização Legado
Participou na tomada de Ceuta em 1415 - (D. Afonso, 1.º Duque de Bragança) Participou na expedição a Tânger em 1437 - (D. Fernando I, 2.º Duque de Bragança) Foi Governador de Ceuta em 1438 - (D. Fernando I, 2.º Duque de Bragança) Foi Governador de Ceuta em 1447 - (D. Fernando I, 2.º Duque de Bragança) Participou na Batalha de Alfarrobeira ao lado de D. Afonso V, em 1449 - (D. Afonso, 1.º Duque de Bragança) Foi regente do Reino em 1458 - (D. Afonso, 1.º Duque de Bragança) Foi Regente do Reino em 1471 - (D. Fernando I, 2.º Duque de Bragança) Pela sua participação na conjura contra D. João II, foi executado em Évora, em 1483 - (D. Fernando II, 3.º Duque de Bragança) D. Manuel devolveu-lhe os títulos e terras confiscados por D. João II - (D. Jaime I, 4.º Duque de Bragança) Custeou a expedição que conquistou Azamor, em Marrocos, em 1513 - (D. Jaime I, 4.º Duque de Bragança) Nomeado condestável do reino (1535) na ausência do Infante D. Luís - (D. Teodósio I, 5.º Duque de Bragança) Foi escolhido para padrinho do Infante D. Dinis, filho de D. João III (1535) - (D. Teodósio I, 5.º Duque de Bragança) Nomeado Fronteiro-Mor das Províncias do Minho e Trás-os-Montes (1540) - (D. Teodósio I, 5.º Duque de Bragança) Acompanhou a Infanta D. Maria à raia para ser entregue ao Príncipe D. Filipe, herdeiro da coroa em Castela (1543) - (D. Teodósio I, 5.º Duque de Bragança) Enviou 400 cavalos em socorro de Safim - (D. Teodósio I, 5.º Duque de Bragança) Nomeado para comandar o exército de socorro a Mazagão, jornada que não se concretizou porque os mouros levantaram o cerco - (D. Teodósio I, 5.º Duque de Bragança) Esteve presente na aclamação de D. Sebastião como rei - (D. Teodósio I, 5.º Duque de Bragança) Acompanhou D. Sebastião a África em 1574 - (D. João I, 6.º Duque de Bragança) Participou na batalha de Alcácer-Quibir, tendo sido feito prisioneiro - (D. Teodósio II, 7.º Duque de Bragança) Defendeu a pretensão da rainha D. Catarina ao trono após a morte do Cardeal-Rei D. Henrique - (D. João I, 6.º Duque de Bragança) Regressou a Portugal em 1580 - (D. Teodósio II, 7.º Duque de Bragança) Instituiu o Conselho de Guerra em 1640 e organizou a defesa de Portugal contra Espanha, tanto na metrópole como na América, África e Ásia Foi aclamado rei em 15 de Dezembro de 1640 - (D. João II, 8.º Duque de Bragança, IV dos Reis de Portugal) Nascimento do Dom Pedro I